sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ascensão e queda

ROTARY
Colégio Estadual Juvenal Mesquita – Ensino Fundamental e Médio
Bandeirantes – Paraná
Cornélio Procópio
            VITÓRIA GUALBERTO, 29, 9º. ANO,A    

Ascensão e queda

              O  Hotel Termas Yara foi considerado um ícone do Norte do Paraná.   Hoje  encontra-se saqueado. Seus destroços revelam que foi palco de grandes e inesquecíveis momentos, que fazem parte do legado de Bandeirantes no seu Jubileu de Carvalho.          
            Um dos pioneiros, Paulo Domingos Regalmute Caffeo, em 1920, aqui chegou para comprar madeira. Acabou comprando duzentos hectares de terra.  Um dia, percorrendo sua propriedade, encontrou uma fonte de água que dava origem a um córrego. Com olhar perspicaz percebeu que aquela água não era comum. Coletou uma amostra e enviou-a para análise em um laboratório. O resultado da análise confirmou sua suspeita. Era uma fonte de água termal. A agua termal é diferente da água mineral. “Ela carrega compostos minerais em alta concentração como ferro, zinco, selênio e silício, um antirradical poderoso", segundo Carla Vidal, dermatologista e dona da clínica Vidal, em São Paulo. Essa mistura de elementos é o que confere as vantagens do produto: limpar, hidratar, acalmar e preparar a pele para receber a maquiagem.  "Fora do Brasil e principalmente na França, país de origem da água termal, ela é usada para fins terapêuticos e ajuda a controlar até mesmo a dermatite atópica, doença que provoca a inflamação crônica da pele", explica Daniela Petri, dermatologista de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
               Ambicioso, Regalmute, viu naquele recurso natural que brotava do solo, a sua verdadeira fonte de riqueza. Providenciou a perfuração de um poço no local. Um sistema de engarrafamento do líquido precioso.   E a comercialização do produto por todo o Brasil. No seu anseio insaciável para acumular bens e riquezas, para se tornar cada vez mais poderoso, depois de algum tempo, Regalmute começou a construção de um hotel e uma piscina. Essa era abastecida pela fonte de água termal. O hotel se tornou ponto de encontro de pessoas famosas e poderosas. Ele era um símbolo de economia bem sucedida e sucesso.
                O dinheiro, a fama, o poder acabaram. Segundo a memória do povo bandeirantense, Regalmute deu a sua alma em troca de uma vida glamurosa. Aos oitenta anos, o poderoso Regalmute teve suas duas pernas amputadas por causa de trombose. Inconformado com a situação, ele suicidou-se. O hotel tornou-se residências de fantasmas, segundo o povo. Várias pessoas herdaram a propriedade mas não conseguiram administrá-la. Em 1980 o hotel entrou em decadência e tornou- se um cenário de abandono, de esquecimento.
                O que foi feito da fonte de água termal?  Por que o Bem não sobrepuja o Mal? Onde está a mente brilhante que desatará esse imbróglio e proporcionará aos bandeirantenses menos favorecidos a oportunidade de buscar naquela piscina e arredores momentos de lazer tão necessários para um corpo são e uma mente sã?

               Fama, riqueza, empregos, água que cura...

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