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Roteiros de
ficção contêm a íntegra de um filme ou de um capítulo de novela ou seriado, divididos em
cenas numeradas que descrevem os personagens e os cenários. O roteiro inclui
todos os diálogos, com indicações para os atores quanto à entonação da voz e à
atitude corporal. Além disso, informa o horário em que cada cena deve ser
filmada ("Dia", Noite", "Pôr do sol", "Amanhecer",
etc.) e se a cena é "Externa" (filmada ao ar livre) ou
"Interna" (gravada em estúdio).
Também
espetáculos de não ficção, como a festa da entrega do Oscar ou o Criança Esperança dependem de um roteiro, assim como
documentários e filmes publicitários. Cada um tem uma linguagem própria.
O roteiro
técnico, desenvolvido posteriormente, dá indicações quanto ao
posicionamento das câmeras, uso de gruas, iluminação e efeitos audiovisuais. É
preparado pelo diretor do espetáculo, em conjunto com a equipe técnica e,
eventualmente, com o roteirista.
O roteirista
pode indicar, nos diálogos, a entonação do personagem com marcações como
"ríspido", "alegre", "surpreso", etc.
Modernamente, no entanto, reduz-se ao mínimo necessário a interferência do
roteirista no trabalho do ator, que é conduzido pelo diretor. A falta absoluta
dessas indicações, no entanto, pode levar a erros de interpretação quanto às
intenções de uma fala.
Emoções
'invisíveis' dos personagens não são indicadas pelos roteiros porque precisam
ser mostradas ao espectador através da vivência das ações dos atores em frente
a câmera. Daí a noção essencial aos escritores de roteiro de que "escrever
é igual a descrever". As emoções que o espectador sente a partir do
estímulo da cena a que ele assiste num filme resultam da interpretação dos
diferentes eventos descritos no roteiro que acontecem em frente a câmera, como
ações e movimentos. Em termos da linguagem semiótica, pode-se dizer que a cena
contém indicações ao espectador, que precisa decodificar e interpretar o que
lhe é mostrado. Um roteiro em que as ações descritas se sucedem e fazem
perceber um significado a partir do conjunto das ações é um bom roteiro.
Não são chamadas
de 'roteiro' as peças de dramaturgia destinadas ao teatro nem o esquema a ser
seguido em um noticiário. As primeiras são chamadas simplesmente de
"peça" e o segundo recebe, no jargão técnico, o nome de espelho.
No cinema, o
roteiro é a base do filme, a parte prima que nasce antes de toda a obra. De
acordo com Syd Field, um roteirista e consultor deHollywood, um bom roteiro
apresenta três partes essenciais que precisam estar bem desenvolvidas: personagem, estrutura e enredo, sendo este
dividido da seguinte forma:
·
Parte 1: seria a introdução do filme,
delimitando os personagens e suas ações; aí vem o primeiro ponto de virada,
onde se passa para a ...
·
Parte 2: desenvolvimento do filme, a
confrontação, que se divide (através do ponto central) em duas partes.
·
Parte 3: por último, se define o filme, o
desfecho da história, lembrando sempre que este se trata de um roteiro
clássico, mas podem existir modificações, onde se pode trabalhar do final para
o início, ou do meio para o fim e depois para o início, ou vice-versa, já que
no cinema isso é totalmente possível.
Um roteiro de
cinema pode ser definido como uma tentativa sistemática e ordenada para prever
o futuro filme. É uma previsão
que na prática se concretiza em um manuscrito contendo a descrição, cena por
cena, enquadramento por enquadramento e das soluções de todos os problemas
técnicos e artísticos que se prevê para a realização do filme.
No Brasil, o roteirista Doc Comparato, que trabalhou
na Rede Globo, foi um dos pioneiros no ramo e escreveu o livro "Roteiro"
(mais tarde relançado como "Da Criação ao Roteiro", um manual de
escrita para televisão, historicamente importante por ter sido o primeiro no
Brasil).
Tipos de produção do roteiro
Há dois meios para um novo roteiro surgir:
partindo da vontade de um roteirista de escrever um roteiro e vender sua obra
para um produtor cinematográfico ou um estúdio de cinema que vá transformar aquilo em uma arte audiovisual; ou partindo de
um projeto de uma grande empresa cinematográfica, onde existem profissionais
empregados especificamente para o cargo de roteiristas.
Nos Estados Unidos, onde há uma
série de roteiristas, existem organizações referentes a roteiristas. Sendo Hollywood conhecida
como a capital do cinema, não é errônea a afirmação de que surgem diversos
roteiristas por lá a cada ano.
Argumento
O argumento, geralmente, é a primeira coisa a ser desenvolvida por um
roteirista. É a ideia trabalhada sobre a qual se desenvolverá uma sequência de
atos e acontecimentos que constituirão, futuramente, o roteiro.
O roteiro é o
texto do filme, geralmente que se originou no argumento, mas adaptado com falas
e cenas, para ser filmado. É basicamente a transcrição da história de uma forma
que possa ser montada e encenada.
Um exemplo de transcrição de um argumento para um roteiro:
Alan vive triste e agora quer sua mulher novamente.
Alan entra na
sala, com uma expressão triste. Dirige-se até o sofá. Conseguimos ver uma
fotografia sobre o sofá. Alan agacha-se e pega a fotografia, trazendo sobre seu
tórax. Depois olha a fotografia, enquanto chora. Vemos que a foto é de sua
mulher.
O argumento é
muitas vezes visto como a sinopse, mas não é. A sinopse de um espetáculo possui
pouquíssimas linhas (15 ou menos), enquanto alguns autores afirmam que cada
página de argumento corresponde a dez de um roteiro.
Os softwares de
roteiros são programas para microcomputadores. Processadores de texto especialmente
criados para a substituição da máquina de escrever e facilitação do processo de escrita de um
roteiro, esses softwares tornam-se cada vez mais populares entre usuários de
computador.
Hoje em dia é
possível encontrar esses editores gratuitamente pela Internet para diferentes
sistemas operacionais. O software mais conhecido entre brasileiros e
portugueses é o Celtx, que possui inúmeras funções para roteiristas e pode ser encontrado em
versões gratuitas.
Existem também
disponibilizados gratuitamente templates para editores de texto conhecidos
(como o Microsoft Word), que ajudam na formatação de arquivos para
atender aos padrões técnicos de um roteiro profissional.