COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO USINA BANDEIRANTES - ENSINO
FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL
( (43) 3542-4643 * BR 369 Km 53, Bairro Usina
Bandeirante, CEP 86360-000
bntusina@seed.pr.gov.br –
www.bntusina.seed.pr.gov.br
BANDEIRANTES – PARANÁ
NOME:
Washington - ANO: 9º. TURMA:
A DATA: 30/06/13
Água do Caixão
Meu passatempo
preferido é pescar. Uma vez por semana, no mínimo, providencio minhocas,
verifico minha vara de pescar, meus azóis, meu embornal e lá vou eu ... O
prazer está em atrair o peixe e puxá-lo para fora da água. Semana passada,
quando fisguei um lindo lambari que teimava em não sair, lembrei-me de uma
noite de terror.
Quarta-feira. Noite própria para pescaria. O
céu estrelado lembrava um parque de diversões daqueles que a gente vê nas
cidades grandes. Eu estava pescando uns mandizinhos quando meu tio chegou
alertando-me que já era 00h30. O irmão de minha mãe é um homem temente a Deus,
másculo, trabalhador, honesto, capaz de encarar as adversidades da vida. Mas
ele estava trêmulo. Informou que acabara de ver um caixão subindo o rio. E o caixão
estava aberto.
Começou um vento
gélido. No ar pairava um cheiro de enxofre. O rio parecia inerte. Ouviu-se o
pio de uma coruja. Morcegos voavam aos bandos. Ouvimos um relinchar e, logo em
seguida, avistamos um corcel negro do outro lado do rio. O vulto que o montava
fazia lembrar Guerra nas estrelas. De repente, tudo voltou ao normal.
Ainda tentamos
jogar a tarrafa, mas em vão.
Não pegamos um bagre.
Ao sentir a vara
leve fechei o livro das recordações e percebi que o danadinho do lambari tinha
escapado.
A história do
caixão aberto que sobe o rio nas noites de quarta e sextas-feiras à meia-noite
ainda povoa o imaginário do povo bandeirantense. Eu não me esqueço. Sou
testemunha ocular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário