terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Água do caixão

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO USINA BANDEIRANTES - ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL
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BANDEIRANTES – PARANÁ


NOME: Washington - ANO: 9º.        TURMA: A               DATA:  30/06/13

Água do Caixão

Meu passatempo preferido é pescar. Uma vez por semana, no mínimo, providencio minhocas, verifico minha vara de pescar, meus azóis, meu embornal e lá vou eu ... O prazer está em atrair o peixe e puxá-lo para fora da água. Semana passada, quando fisguei um lindo lambari que teimava em não sair, lembrei-me de uma noite de terror.
 Quarta-feira. Noite própria para pescaria. O céu estrelado lembrava um parque de diversões daqueles que a gente vê nas cidades grandes. Eu estava pescando uns mandizinhos quando meu tio chegou alertando-me que já era 00h30. O irmão de minha mãe é um homem temente a Deus, másculo, trabalhador, honesto, capaz de encarar as adversidades da vida. Mas ele estava trêmulo. Informou que acabara de ver um caixão subindo o rio. E o caixão estava aberto.
Começou um vento gélido. No ar pairava um cheiro de enxofre. O rio parecia inerte. Ouviu-se o pio de uma coruja. Morcegos voavam aos bandos. Ouvimos um relinchar e, logo em seguida, avistamos um corcel negro do outro lado do rio. O vulto que o montava fazia lembrar Guerra nas estrelas. De repente, tudo voltou ao normal.
Ainda tentamos jogar a tarrafa, mas em vão. Não pegamos um bagre.
Ao sentir a vara leve fechei o livro das recordações e percebi que o danadinho do lambari tinha escapado.
A história do caixão aberto que sobe o rio nas noites de quarta e sextas-feiras à meia-noite ainda povoa o imaginário do povo bandeirantense. Eu não me esqueço. Sou testemunha ocular.


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