domingo, 2 de outubro de 2016

Finalista - Crônica - 2012

Minha janela

                                                                            Aluna: Maria Izabel Trivilin Pereira

          É no despertar de cada dia, entre as paredes do meu quarto, que dirijo o olhar para o quadro
mais perfeito que o artista já pintou: minha janela!
          Dela posso admirar a vastidão do horizonte com seus campos verdejantes, iluminados pelos raios de sol que logo pela manhã surgem para aquecer a terra e meu coração. Outras vezes observo a chuva que de mansinho vai molhando o chão trazendo vida nova a todos os seres.
          Entre árvores que freneticamente dançam embaladas pelo vento, que ora triste, ora alegre, nunca param, uma delas me chama a atenção. Isolada e tímida cercada por uma vegetação rasteira, lá está ela: “O Pé de Cedro”, que segundo a lenda, nasceu de um ramo colocado sobre a cova de um pobre homem, já com sua alma vendida ao diabo, enterrado naquele local.
          Passando pelo pé de cedro, logo ali, visto num só olhar, pequenas casas com suas chaminés anunciando a refeição a ser servida, redes estendidas nas varandas, a igrejinha de uma torre só, animais pastando na praça. “Ah Mário Quintana, o que temos em comum?”
          Levantada ao lado da igrejinha, a fogueira admirada por centenas de pessoas de toda a redondeza,
em noites de São João. Atração principal da festa, com seus mais de vinte metros de altura, mantém-me ali, com o olhar fixo, espremida entre a multidão, enquanto rapidamente suas enormes labaredas tocam o céu todo enfeitado com sua constelação. São essas coisas simples e ao mesmo tempo mágicas que me fazem cada vez mais, amar o lugar onde vivo; um refúgio onde o progresso ainda não chegou.
          Sentindo-me privilegiada em morar nos braços da “mãe natureza”, por não ouvir o som do serrote, não inalar a fumaça que afugenta, que mata, que destrói. Quero continuar acordando todos os dias e olhar pela minha janela com a certeza de que tudo continuará ali, tal qual uma tela, que tem o poder de eternizar cada momento.
          E se um dia, por acaso, o destino levar-me para distante daqui, não me desesperarei, pois serei sempre como as andorinhas que habitam os beirais de minha casa.
Professora: Sueli Rodrigues Alves
Escola: E. E. E. F. São João — Ubiratã (PR)



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